A BVD é uma doença infecciosa. Ela apresenta alguns sinais clínicos, com mortalidade elevada. Essa doença ocorre através de um vírus chamado de Pestivirus da família Flaviviridae. Os animais mais susceptíveis a doença são os ruminantes, principalmente os bovinos (Silva et al., 2011).
A diarreia viral bovina causa grandes prejuízos econômicos, por conta das perdas reprodutivas e queda na produção nos rebanhos bovinos. É observado que essas perdas econômicas são devido à queda na produção de leite, infertilidade, aborto, fetos mumificados além dos bezerros nascerem fracos e magros aumentando a taxa de mortalidade neonatal (VIU et al., 2014).
Segundo Silva et al. (2011) a doença está distribuída pelo mundo inteiro nos rebanhos bovinos de leite e corte, no Brasil as taxas variam entre 60 a 85% de animais confirmados com a BVD.
A transmissão ocorre por contato direto e indireto, ou seja, pela ingestão de partículas virais ou pela via sexual (direto), na forma indireta acontece através de contato com secreções, materiais contaminados, sêmen contaminado.
Os bovinos que estão com a doença transmitem o vírus de varias formas: leite, urina, saliva, descargas nasais, entre outros (MOREIRA et al. 2020).
DIAGNÓSTICO
O diagnóstico é feito através de exame clínico e achados de necropsia, mas para ter um resultado correto demora em torno de duas a três semanas. Exames laboratoriais também podem ser feitos como por exemplo a sorologia, detecção de antígenos e isolamento do vírus. O vírus pode ser isolado através do sangue, fezes, secreções nasais. No soro ou no leite dos bovinos também pode ser identificado anticorpos contra o BVD (Silva et al., 2011).
SINAIS CLÍNICOS
Alguns sinais clínicos comuns em fêmeas que não estão prenhas, febre, sialorreia, tosse, diarreia e descarga nasal podendo se recuperar em média de duas a três semanas. É relatado que essa enfermidade pode acontecer sem apresentar sinal clinico algum.
Quando há alguma suspeita relacionada a BVD, é porque na propriedade está acontecendo muitos problemas reprodutivos, como abortos, má formação fetal, perdas embrionárias, animais nascidos fracos. A doença acontece em qualquer fase de vida do animal, mas é relevante em bovinos mais jovens (MONTEIRO, 2022).
Quando a doença se caracteriza não – citopatogênica e com a patogenicidade baixa, o feto pode se infectar, mas não vai ocorrer a morte do mesmo, e as manifestações clínicas irão aparecer somente depois de meses após a infecção da mãe.
As formas da doença citopatogênicas em animais imunotolerantes são: a aguda e a crônica, podendo ser fatais. Na aguda acontece um período de incubação de 10 a 14 dias, onde o bovino apresentará febre (40 a 41ºC), taquicardia, diminuição na produção de leite, anorexia, diarreia aquosa profunda, acidose, desidratação, depressão e o óbito. Na fase crônica os sinais não são específicos, diminui a ingestão de alimentos, emagrecimento, diarreia irregular, timpanismo, erosão nos cascos e lesões erosivas na mucosa oral e na pele que não cicatriza.
Se o vírus é transmitido através de inseminação artificial ou monta natural ocorre as falhas reprodutivas: baixa fertilização, abortos, feto mumificado, morte embrionária, bezerros nascidos fracos (VIU et al., 2014).
CONTROLE
A realização do controle e erradicação contra a Diarreia Viral Bovina devem ser feitas por um profissional responsável pela sanidade dos animais, ele deve fazer a vacinação de todo o rebanho, pode detectar os animais imunotolerante e eliminar os mesmos.
A vacinação é feita para proteger os animais da doença, diminuir a circulação do vírus no ambiente e impedir a infecção fetal. Quando a fêmea prenha é vacinada algumas semanas antes do parto ajuda na imunidade materna transferindo proteção ao feto por imunidade passiva.
No mercado nacional estão disponíveis vacinas com o vírus vido modificado ou com o vírus inativado. A vacinação deve ser feita em fêmeas e machos a partir dos três meses de vida. Fazer o reforço 30 dias depois, e sempre revacinar o animal semestralmente ou anualmente. É recomendado também, vacinar os bovinos um mês antes de começar a estação de monta (VIU et al., 2014).
REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA
MONTEIRO, Francielle Liz. “DIARREIA VIRAL BOVINA” (NÃO TEM O ANO). Disponível em: https://wp.ufpel.edu.br/labvir/informacoesuteis/diarreia-viral-bovina-bvd/diarreia-viral-bovina/ Acesso em: 11 de julho de 2022
MOREIRA, F.A.V.F.; GONÇALVES, M.M.A.; SILVA, M.C. “IMPACTO DO VÍRUS DA DIARREIA VIRAL BOVINA SOBRE A REPRODUÇÃO” 2020. Disponível em: http://uece.br/cienciaanimal/index.php?option=com_docman&task=doc_view&gid=773&tmpl=component&format=raw&Itemid=157 Acesso em: 11 de julho de 2022.
SILVA, M.V.M.; NOGUEIRA, J.L.; JUNIOR, V.P.; FERNANDES, R.A.; “DIARREIA VIRAL BOVINA: PATOGENIA E DIAGNÓSTICO – REVISÃO DE LITERATURA” 2011. Disponível em: http://faef.revista.inf.br/imagens_arquivos/arquivos_destaque/N8s2CiIXa1DWf0q_2013-6-26-10-51-50.pdf Acesso em: 11 de julho de 2022.
VIU, M.A.O.; DIAS, L.R.O.; LOPES, D.T.; VIU, A.F.M.; FERRAZ, H.T. “DIARREIA VIRAL BOVINA: REVISÃO” 2014. Disponível em: https://repositorio.bc.ufg.br/bitstream/ri/19000/5/Artigo%20-%20Marco%20Ant%C3%B4nio%20de%20Oliveira%20Viu%20-%202014.pdf Acesso em: 11 de julho de 2022.RO